quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Orientações para a Visita e Observação da Prática Pedagógica

ORIENTAÇÕES PARA A VISITA E OBSERVAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA


Equipe Proinfantil do Rio de Janeiro,

Este texto foi elaborado pela Equipe Proinfantil – UFRJ para ser mais uma ferramenta para a prática do
Tutor.

ORIENTAÇÕES PARA A VISITA E OBSERVAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA





Uma das atribuições do tutor no Proinfantil é observar a prática pedagógica do cursista, discutindo com ele o planejamento e os rumos das atividades vividas com as crianças. Neste processo, o tutor visita uma vez por mês a instituição onde o professor cursista (pc) atua, observa por cerca de 2 horas uma sequência de atividades planejadas e encaminhadas por ele; e, em seguida, conversam por cerca de 2 horas sobre o que foi observado. Trata-se de rico momento de aproximação e troca entre os diferentes atores do Programa, e de relação entre teoria e prática.





Também, é tarefa do tutor analisar quinzenalmente um planejamento da prática (como parte do Portfólio, entregue nos EQs). É recomendável que o tutor receba e comente o planejamento da prática que ele observará ou observou na visita. Assim, poderá discutir a relação entre o que foi pensado e vivido, a possibilidade do cursista lidar com imprevistos no dia a dia e a participação das crianças nas atividades.







A seguir, algumas orientações para o tutor, tendo em vista a importância deste momento de acompanhamento do fazer pedagógico do cursista:







1- Além dos encaminhamentos do Livro do Tutor, recomendamos a leitura, estudo e discussão na jornada mensal do texto “Observação e intervenção na prática pedagógica: possibilidades e limites no processo de formação dos professores cursistas”, de Silvia Néli Barbosa, publicado na coletânea Textos de Apoio à Formação do Tutor/MEC/SEB/SEED (2007).



Neste trabalho, a autora afirma que a intervenção deveria afastar-se de uma forma julgadora, diretiva e prescritiva na relação com o cursista. Trata-se de fazer o professor refletir sobre suas práticas e não de dizer o que está certo ou errado na relação dele com o grupo de crianças. Então: como favorecer as reflexões do pc? É importante que o professor pense sobre os objetivos das atividades propostas e sobre a adequação da metodologia, dos materiais, espaços e tempo de duração. Outro ponto é indagar sobre a participação das crianças nas atividades.







2 – O Proinfantil fundamenta-se na exigência legal de formação mínima em nível médio/modalidade normal para todos os que exercem e/ou partilham a docência com os professores. Em nossa realidade, muitos destes profissionais são reconhecidos como auxiliares (especialmente nas creches). Apesar das nomenclaturas através das quais são identificados (auxiliares, recreadores, agentes educativos, etc), o Programa contribui para a construção da identidade deles como professores de crianças de 0 a 6 anos. Para tal, há desafios a enfrentar e caminhos a trilhar, tanto em relação à formação quanto em relação ao reconhecimento político deste lugar!







2.1 – Compreensão da indissociabilidade entre educar e cuidar. Tudo o que fazem na relação com a criança pequena é ato educativo (banho, lanche, almoço, sono, brincadeira, roda de conversa, etc), porque são situações relacionais onde acontecem aprendizagens das crianças (sobre si mesmas e sobre o mundo). Então, é possível e desejável planejar momentos de lanche, seguidos de uma conversa; ou um banho; ou a organização do sono. Do mesmo modo, é importante que os cursistas planejem e encaminhem contações de histórias, dramatizações, rodas de conversa, explorações plásticas (desenhos, pinturas, etc), dentre outras situações que compõem a rotina do grupo de crianças com quem trabalham.







2.2 – É fundamental que os gestores/diretores e professores regentes das escolas onde os cursistas atuam conheçam o Programa e suas especificidades, inclusive a perspectiva de que os cursistas planejem atividades. No momento da observação do tutor, as atividades vividas devem ter sido planejadas e organizadas pelo cursista. Para tal, o tutor pode buscar contato com a direção das escolas/creches nos dias de visita mensal, mostrando o material do Programa, colocando-se disponível para esclarecer dúvidas, apoiando o cursista no desafio de re-construção de sua identidade profissional.







Enfim, a perspectiva é de que o tutor construa um olhar crítico e também acolhedor para os fazeres do pc, elogiando suas iniciativas, escutando dúvidas, expectativas e sugerindo caminhos possíveis de estudo e ação na qualificação de seu trabalho e de sua formação!!!

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